Apesar de sempre defender que a fotografia é uma arte e precisa ser “sentida”, acredito que aprender certas técnicas fotográficas e tê-las em nossa “caixa de ferramentas” nos torna fotógrafos melhores.
Como artistas, frequentemente temos uma inspiração e decidimos trabalhar em um projeto diferente, ou fazer uma foto de uma determinada forma. Entretanto, se não soubermos as melhores técnicas ou até mesmo os elementos da composição fotográfica, fica difícil executar a ideia ou chegar no resultado desejado.
Portanto, se você está procurando por técnicas fotográficas para exercitar sua criatividade, se divertir, criar algo diferente ou simplesmente testar suas habilidades como fotógrafo – seja você amador ou profissional – aqui estão as melhores e mais divertidas técnicas para te ajudar.
PS: vale lembrar que para estes efeitos você precisa entender o mínimo sobre ISO, abertura do diafragma e velocidade do obturador. Se você ainda não entende estes conceitos muito bem, recomendo a leitura deste artigo para que você possa praticar e usar estas técnicas com perfeição.
Vamos lá?
1. Efeito Bokeh
O efeito Bokeh (palavra de origem japonesa – em japonês: ボケ – que significa “borrão” ou “desfoque”) é muito usado por fotógrafos profissionais. Ele é, basicamente, aquele efeito “cremoso” de desfoque no fundo de um retrato, por exemplo, provocado pela baixa profundidade de campo e pelo estilo da sua lente. Ou seja, Bokeh não é o desfoque em si, mas a qualidade do desfoque. Veja abaixo um exemplo do efeito abaixo:
Para esta técnica, você vai precisar de uma lente com grande abertura (a partir de f/2.8, mas funciona bem melhor em aberturas como f/2.0, f/1.8 e f/1.4), que pemite uma baixa profundidade de campo. O ideal é que o sujeito fotografado esteja longe do fundo (quanto mais longe, mais cremoso o fundo ficará). Além disso, se você estiver usando uma lente a partir dos 50mm (85mm ou alguma telefoto), o efeito cremoso é ainda maior. Neste artigo sobre efeito Bokeh te ensino exatamente como alcançar o efeito e até mesmo como melhora-lo na pós-produção usando o Photoshop.
Além disso, é possível experimentar usando filtros feitos em casa (veja o tutorial aqui – em inglês) para alcançar efeitos lindos em que a luz por trás do sujeito fique com as mais variadas formas (corações, estrelas, árvores de natal, etc.) como o da foto acima.
2. Panning
Sabe aquele efeito muito usado em fotos publicitárias de carros onde o carro está “congelado” e todo o fundo está borrado como o da imagem acima? Ele é o que chamamos de efeito panning. Para esta técnica, você precisa usar uma velocidade do obturador relativamente baixa (em torno de 1/50). Então, apontando para o sujeito pressione o botão da câmera pela metade (para manter o foco) e então pressione o botão até o final para tirar a foto enquanto segue o movimento com a câmera fotográfica.
Se você está fotografando um carro, ou uma bicicleta, por exemplo, precisa se mover junto com eles (como se estivesse os filmando). Portanto, se a bicicleta vai da direita para a esquerda, seu movimento com a câmera deve ser da direita para a esquerda e você deve pressionar o botão para tirar a foto enquanto move a câmera. Assim, você “congela” o movimento, mas o fundo fica tremido (porque está parado, como se estivesse numa velocidade diferente).
Para garantir o melhor efeito panning, você pode usar um tripé. Caso contrário, você corre o risco de o sujeito “congelado” também ficar tremido porque sua mão pode não só se mover para o lado, mas para cima e para baixo (o que não é o ideal).
3. Desfoque de zoom (ou puxada de zoom)
Eu simplesmente adorava usar esta técnica em fotos de festa casamento, onde eu tinha diversos tipos de luzes e pessoas ao redor. Ele consiste, basicamente, em alterar o zoom da sua lente (por exemplo, de 55mm para 18mm) enquanto fotografa. A velocidade do obturador precisa estar mais baixa, assim como no efeito panning, em torno de 1/60. Desta forma, tudo que não estiver no absoluto centro da imagem fica “escorrido” para os cantos da imagem.
Outra forma de fazer isto que produz um efeito diferente (e este era o que eu mais usava em fotografias nas festas de casamento) é usar a mesma velocidade de abertura, e girar a câmera fotográfica para o lado (como se estivesse torcendo um parafuso). Com isto, em vez de formar linhas diagonais, você acaba tendo linhas circulares na imagem – que eu acho que cria um efeito bem mais agradável aos olhos.
4. Tilt-Shift
Esta é uma técnica um pouco mais “difícil” de testar, pois exige um tipo específico de lentes. O tilt shift é uma técnica que usa uma lente específica (lente tilt shift) que pode se mexer de um lado para o outro e de cima para baixo. Se ficou um pouco confuso, neste vídeo (em inglês) você pode ver como a lente funciona na prática.
De qualquer forma, esta é uma ótima técnica para fotografia de arquitetura, porque ajuda a manter as linhas dos prédios retas nas imagens (assim como o olho humano as vê). Isso porque se você vai fotografar um prédio ou uma casa, precisa apontar a câmera para cima, e isto gera um efeito como se o prédio estivesse caindo para trás. A solução, é fotografar com a câmera/lente paralela ao chão para ter linhas retas. Entretanto, isto não é possível com uma lente normal, já que o prédio sairia cortado. A lente tilt-shift resolve este problema.
Entretanto, existe um outro tipo de tilt-shift que é mais fácil de ser replicado. É o que chamamos de tilt-shift em miniatura. Este efeito consiste, basicamente, em fotografar uma cena (do alto funciona melhor) e usar programas de edição como o Photoshop para fazer com que elas pareçam uma miniatura. Dependendo da sua câmera, este efeito também pode ser parte dela (a minha Canon M50 Mark II tem). O resultado é uma imagem como a foto abaixo (que não é uma miniatura, mas parece):
5. Longa exposição
A fotografia em longa exposição é uma das técnicas mais básicas que você precisa aprender. Isso porque ela te permite criar os mais variados efeitos. Fotografar com uma velocidade do obturador baixa vai permitir que você tenha aquele efeito de movimento arrastado como nas fotos abaixo:
A velocidade que você vai usar vai depender da velocidade do movimento. Se o movimento está acontecendo rápido, você vai precisar de menos tempo para capturar o movimento (1/60 ou 1/30 podem ser o suficiente). Movimentos rápidos são carros, pessoas correndo, cachoeiras de queda rápida, ondas batendo forte). Entretanto, se o movimento for lento (como as ondulações de um lago ou de uma roda gigante) você pode precisar de mais tempo, e até mesmo de alguns segundos.
Porém, na maioria dos casos é melhor usar uma velocidade mais lenta (deixar o obturador exposto à luz por mais tempo) para ter melhores resultados. Desta forma, as luzes ficam mais brilhantes, e o traço da luz também vai ser mais longo. Numa foto como a da cachoeira, por exemplo, a água fica mais branca, mais sólida. Entretanto, nos movimentos de pessoas, se fizer uma exposição muito longa, pode acabar fazendo com que a pessoa não seja visível na foto.
Vale lembrar que este tipo de fotografia só é possível se você estiver usando um tripé ou tiver um suporte fixo (como um muro ou pedra) para colocar a câmera. É impossível ter uma foto minimamente nítida deste jeito segurando a câmera na mão já que ela não vai ficar parada durante todo o tempo de exposição.
6. Light Painting
Basicamente, light painting (em português “pintando com luz”) segue o mesmo princípio que abordamos no item acima (é uma foto de longa exposição). Entretanto, quis criar um outro item, com uma técnica separada, porque antes falamos mais de fotos externas, onde o movimento está acontecendo e você o captura. Entretanto, você pode também fazer fotos de longa exposição em casa, usando luzes para pintar e criar formas divertidas.
Tudo que você precisa é que a câmera esteja apoiada em algum lugar, que o quarto em que você vai fotografar esteja bastante escuro, e uma fonte de luz (como a lanterna do seu celular). Com uma longa exposição você só precisa se posicionar em frente a câmera e mexer a luz enquanto ela captura a foto. O resultado é bem divertido, e você pode ser ainda mais criativo e obter efeitos como o da foto abaixo (movimento feito com algum objeto que solta faíscas).
7. Dupla exposição
A técnica de dupla exposição é super criativa, e pode gerar efeitos lindos nas suas fotos. Existem duas formas de fazer isto: na câmera, ou na pós-produção usando o Photoshop (inclusive, te ensino como fazer dupla exposição no Photoshop neste artigo).
Entretanto, não são todas as câmeras que permitem dupla exposição (você precisa verificar no manual da sua câmera ou dar um Google antes de comprar uma). A minha Canon M50 Mark II não tem este efeito, por exemplo.
Se a sua câmera não tem este efeito, não há problema! Você pode treinar suas habilidades em Photoshop e fazer o efeito na pós-produção. Neste artigo sobre dupla exposição te mostro exatamente como fazer este efeito.
Outras técnicas fotográficas para testar
- Fotografia em preto e branco
- Contraluz ou silhueta
- Golden hour
- Blue hour
- Lens Flare
- Pós-produção Fotográfica
- Fotografia do céu/estrelas
Conclusão
Existem diversos tipos de técnicas que te permitem criar os mais diversos tipos de imagem. Como fotógrafo (seja você um fotógrafo amador ou profissional), seu trabalho é conhecer estas diferentes técnicas para poder alcançar os resultados que você busca.
Vale lembrar que estas técnicas são apenas um fator para criar uma foto interessante. Entretanto, existem outros elementos, como a composição e o conhecimento técnico dos seus equipamentos, que vão garantir fotos ainda melhores.
De qualquer forma, independente do tipo de fotografia que você pratica ou no qual quer se aprofundar, conhecer e praticar as dicas deste artigo podem te ajudar a ser mais criativo e criar fotos melhores! Além disso, ao praticar, você vai encontrando seu estilo e aquilo que gosta ou não de fotografar.
Ah, e se você quiser continuar aprendendo, não deixe de ler este artigo com os melhores cursos de fotografia online!
PS: e se quiser saber mais sobre como promover seu negócio online, não deixe de ler sobre SEO para fotógrafos.
Bora começar a praticar?!
