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Trabalhar com o que você não gosta não vai dar certo

Você deve trabalhar com o que gosta, um dia me disseram.

E eu sempre acreditei nisso, até que não acreditei.

Mas a verdade é que quase tudo que sempre me falaram estava certo. Mas eu só entendi depois de tentar e falhar.

Tudo começou quando decidi trabalhar como fotógrafa…

 

Trabalhe com o que ama: minha experiência como fotógrafa

Bom, quando me disseram que eu deveria trabalhar com o que amava, é claro, a primeira coisa que me veio em mente era ser fotógrafa. Eu sempre amei escrever, mas naquela época não acreditava que escrevia bem – por conta de um incidente com uma professora no segundo grau. Então, em 2014 investi em um curso básico de fotografia e em uma câmera.

Eu estava animada, pronta para sair daquele emprego que não gostava assim que a minha carreira como fotógrafa deslanchasse – o que assumi, seria logo.

Então, comecei a trabalhar como fotógrafa, fiz alguns ensaios gratuitos com amigas para criar um portfólio e logo comecei a cobrar para fotografar eventos promovidos por conhecidos.


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Neste meio tempo, decidi fazer um curso de fotografia newborn – fotos de recém-nascidos. Tomei esta decisão porque vi uma oportunidade no mercado. Era novidade, algo recente no Brasil. Além disso, apenas uma pessoa fazia este tipo de fotos na minha cidade, então fazia sentido investir neste nicho. Fora que era uma oportunidade de finalmente ganhar mais dinheiro – porque pela dificuldade e complexidade do trabalho, eu poderia cobrar muito mais do que costumava cobrar.

E então, ao investir neste tipo de fotografia, comecei a fotografar gestantes, recém-nascidos e casamentos também. Os meus clientes gostavam de mim. Eles me contratavam para as fotos de gestante e para fotografar o recém-nascido e depois para o aniversário de 1 ano. Tudo parecia estar funcionando. Mas, eu sentia que algo estava errado.

Eu finalmente estava trabalhando com o que amava, não é?! Estava fotografando, algo que pensava amar naquela época. Estava vivendo o sonho. Mas onde estava a felicidade em fazer algo que amava? Onde estava o sucesso? Eu não conseguia ver. Simplesmente não me sentia feliz e realizada com o que fazia.

A satisfação nunca veio. E depois de 3 anos trabalhando com o que amava, quando eu finalmente estava começando a ter mais reconhecimento e mais clientes, eu simplesmente desisti.

 

Mas por que eu desisti se amava fotografia?

Bom, o fato é que, no fim, eu amava a ideia de ser fotógrafa. Eu amava o lado bom, mas odiava muito o lado ruim. Neste momento eu descobri que gostava muito de fotografar. Mas, não gostava nem um pouco de todo o resto.

Como sempre acreditei que não escrevia bem, a fotografia foi meu “tapa buraco”. Eu gostava muito – e ainda gosto – mas não entendia a complexidade que era ser uma fotógrafa.

Além de toda a parte burocrática, não basta apenas decidir ser fotógrafa. Não… Você precisa aprender muito sobre fotografia e edição, mas também escolher um nicho e focar na área que escolheu – e isto se aplica para qualquer profissão. Além disso, é preciso ser um empreendedor acima de tudo, entender de marketing e criar uma grande rede de contatos, entre inúmeras outras coisas.

Então, o fato de eu amar fotografar não foi suficiente para suportar o fato de eu não me identificar com o tema “maternidade” – e por isto não me sentir muito realizada fotografando gestantes; de eu não ter muita afinidade com crianças – e por isto não me sentir bem fazendo fotos de recém-nascidos; e detestar festas – e por isto odiar ficar nas festas até tarde para fotografar estes eventos.

Eu amo fotografar no meu ritmo, as coisas que me inspiram e me movem de alguma forma. Gosto, principalmente, de fotografar coisas que eu gosto e de quando tenho a liberdade para criar. E eu não encontrava isto em nenhum destes trabalhos.

Hoje, portanto, eu tenho plena consciência de que minha carreira como fotógrafa “não deu certo” porque eu não queria que desse. Porque eu não gostava do que fazia de verdade e por conta disso o “lado ruim” pesava muito mais do que o “lado bom”.

 

Começando do zero

No fim, eu acabei desistindo da fotografia quando percebi que eu sabia, sim, escrever. Quando comecei a publicar meus textos em meu blog e também aqui no LinkedIn, em 2016 – com o apoio e incentivo do Matheus de Souza – comecei a receber um retorno positivo incrível.

Foi quando eu comecei a acreditar na minha escrita, quando comecei a escrever com mais frequência e quando voltei a realmente amar escrever, que percebi que a fotografia poderia ser “deixada de lado”.

E nada aconteceu da noite para o dia. Eu levei 2 anos para ter algum tipo de reconhecimento pela minha escrita, quando fui eleita Top Voice pelo Linkedin in 2018 – sem contar as mensagens incríveis de pessoas que já vinha recebendo antes. Levei 3 anos para ser contratada para escrever algo; quero dizer, para bem ser paga para escrever algo.

Se for comparar, o período que passei escrevendo de graça foi muito maior do que o que fotografei de graça (3 anos x 1 mês). E hoje, não é a escrita que, diretamente, paga as minhas contas. Mas, eu continuo escrevendo porque gosto, porque sinto prazer em escrever. E o mesmo não aconteceu com a fotografia.

Ainda assim, escrever, por si só, pode não ter aberto a porta que eu esperava no momento em que eu esperava (viver de escrita), mas me abriu inúmeras portas e me proporcionou aprender mais e entender mais sobre marketing. Foi através da escrita que aprendi tanto sobre marketing digital ao ponto de descobrir uma nova paixão (o trabalho que faço hoje), que é ajudar marcas e empresas a desenvolver estratégias de marketing digital eficientes, integrando suas próprias plataformas (site, blog e sites) e conteúdos com suas redes sociais.

Amar escrever me fez continuar a fazê-lo independente de qualquer coisa e me fez ter paciência para esperar os resultados virem. O amor pela escrita me fez resistir e não parar de produzir conteúdo mesmo sabendo que não é ele que paga minhas contas.

O ponto é que, para mim, é impossível fazer muito bem algo que você não gosta por um longo período de tempo. E, ao contrário do que muitos pensam, para ter reconhecimento, para ter retorno financeiro, é preciso se dedicar muito, estudar, investir muito tempo e energia e esperar, ou seja, dar tempo ao tempo.

É claro que fazer algo que ama durante muito tempo sem ter retorno pode ser frustrante e desencorajador. Entretanto, aquilo ainda te dá prazer, aquilo ainda te anima e te realiza. E é exatamente isto que vai te impedir de desistir.


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trabalhar com o que gosta

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Laís Schulz

Nômade digital, fotógrafa e produtora de conteúdo. Escrevo sobre temas complexos de forma simples. Tenho um blog pessoal onde compartilho dicas sobre marketing digital, redes sociais, fotografia e desenvolvimento pessoal. Meu maior objetivo é ajudar pessoas a melhorar suas vidas de alguma forma – seja no âmbito profissional ou pessoal. Já trabalhei produzindo conteúdo e divulgando produtos de marcas como Facebook, Nubank, Sandmarc, Cia Marítima, Sofia by Vix, NA.LOO, Kapten & Son, Paul Rich e STRONGER. ✉️ [email protected]