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Tudo que te disseram sobre criatividade está errado – e como ser mais criativo de verdade

Sumário

Há tempos quero falar sobre criatividade, sobre o que ela é e como ser mais criativo. Digo isso porque eu mesma passei anos tentando entender e achando que não era criativa – mesmo trabalhando com fotografia e escrita e fazendo várias outras coisas criativas. Eu pensava que não era criativa porque achava que criatividade era um dom, algo que ou você nasce com ou sem. E eu jurava que tinha nascido sem.

A medida que o tempo foi passando eu percebi que a criatividade é estar em movimento, muito mais do que nascer com um talento específico e/ou artístico. A criatividade pode se manifestar em diversas esferas da nossa vida, mesmo que você só saiba desenhar bonecos palito. Criatividade, acima de tudo, é questionar e encontrar alternativas.

Por isso, neste texto decidi trazer minha visão sobre criatividade e os mitos que a cercam, além de dar dicas sobre como ser mais criativo.

 

4 grandes mitos sobre criatividade

 

Mito #1 – “Criatividade é coisa de artista”

Um dos maiores mitos que já ouvi – e uma das maiores mentiras nas quais já acreditei – é que ser criativo é uma qualidade exclusiva de artistas. Esta associação é muito mais um estereótipo do que uma verdade absoluta. 

É inegável que para você ser um bom artista você precisa ser criativo. Não há outra saída. Você precisa pensar diferente, criar coisas “novas”, unir conceitos, fazer associações… Só assim você consegue criar algo diferente, autêntico e artístico. A arte é baseada na criatividade, mas o oposto não é verdadeiro.

A essência da criatividade não é a arte.

O que isto quer dizer? Quer dizer que para você ser criativo, não precisa ser artista. Você pode ser um empreendedor, contador, carteiro, nadador, programador, engenheiro, médico, coach, gerente de loja, vendedor, e ainda ser criativo, mesmo sem o mínimo interesse por arte.

A criatividade pode ser aplicada em toda e qualquer profissão, mas não é exclusiva ao trabalho. Isso porque a criatividade é, de certa forma, a capacidade que você tem de fazer as coisas de maneira criativa.

O que isto quer dizer na prática? Bem, um contador pode pensar em soluções criativas – e dentro da lei, claro – para que seus clientes paguem menos impostos, ou para que seus processos sejam mais eficientes; um nadador pode pensar na melhor forma para ele atingir a maior velocidade dentro das piscinas e ganhar uma competição; um vendedor pode criar estratégias que aumentem suas vendas e deixem seus clientes mais satisfeitos.

Tudo isto envolve criatividade. 

Ser criativo, portanto, é se perguntar: há uma maneira melhor/diferente/mais eficiente/autêntica, etc. de fazer o que estou fazendo? 

E isto se aplica à arte, negócios e tudo em nossa esfera pessoal, desde relacionamentos até espiritualidade.

Criatividade é a sua forma de fazer e ser.

 

Mito #2 – “Criatividade é dom”

Nenhum ser humano – eu diria nenhum ser vivo, na verdade, basta assistir este vídeo texugo-do-mel escapando do cativeiro para entender do que eu estou falando – é desprovido de criatividade. Se você está sem dinheiro, aposto que vai pensar em pelo menos 3 formas para ganhar dinheiro (mesmo que envolva ideias malucas como roubar um banco). É, ladrões são extremamente criativos. Basta pensar na quantidade de golpes elaborados que encontramos na internet.

Se você está preso no trânsito, sem sinal de celular e sabe que será demitido caso se atrase, tenho certeza que vai pensar em diversas formas de avisar seu chefe que vai se atrasar. 

Aqui, claro, estamos falando de desespero. E o desespero é uma forma eficiente de nos deixar instantaneamente mais criativos.

Mas, é claro, a criatividade pode ser desenvolvida fora de situações extremas. A medida que questionamos, nos damos tempo para pensar – fora das telas –, descobrimos novas possibilidades e entendemos como as mais pequenas coisas funcionam, estamos desenvolvendo nosso pensamento criativo.

Ao estarmos atentos ao funcionamento das coisas – desde as correntes de ar e o comportamento humano até a tecnologia e as últimas notícias – nossa criatividade começa a ser desenvolvida, porque começamos a fazer associações. Começamos a pensar.

Sabemos que ao entender o comportamento de nossos pares encontraremos uma melhor forma de falar e nos relacionar com as pessoas que nos cercam (isto é criatividade). Por outro lado, sabemos que ao estarmos atentos e entendermos o que está acontecendo no mundo, podemos criar arte que traga uma crítica social, ou contar uma piada à um colega usando este contexto (isto também é criatividade).

Acompanhar a tecnologia nos faz pensar em como aquela nova ferramenta ou atualização pode ser usada para o nosso negócio. Entender as correntes de ar em uma determinado local pode ajudar um arquiteto a projetar uma casa mais confortável e arejada. Tudo isto envolve criatividade, ou seja, pensar em algo usando as informações que temos à nossa disposição de forma a ter a melhor ou mais autêntica solução para nós.

 

Mito #3 – “A criatividade não pode ser aprendida”

No livro “Consciência quântica” a ideia de criatividade é explorada de uma forma muito interessante, diferente do que o pensamento comum está acostumado a considerar. O pensamento criativo, de acordo com Amit Goswami, surge, entre outras coisas, depois de muita prática e exploração. Não é aquela criatividade do estereótipo que estamos acostumados, como uma iluminação que vem “do nada”. 

Quando temos um problema para resolver, ou precisamos fazer algo criativo, não quer dizer que vamos sentar-nos numa cadeira e esperar a criatividade vir até nós sem estudarmos a situação. Não é que esta “iluminação” não possa acontecer, mas é muito mais fácil que a criatividade apareça depois de muito pensarmos sobre um determinado assunto e estudá-lo de vários ângulos.

Ao focar em um problema – ou na solução dele – e estudar as possibilidades de resolução, nossa mente e nossa energia vital estão trabalhando para encontrar uma solução diferente das que já conhecemos. Exploramos as possibilidades conhecidas pela mente, mas lá no fundo, no backend da nossa programação, nosso subconsciente também está trabalhando para resolver o problema e fazer conexões que, a princípio, não parecem óbvias ao nosso consciente. Sonhos, por exemplo, que são uma espécie de mensagens enviadas por nosso subconsciente, podem trazer estas revelações para o mundo consciente. Eles são, também, uma manifestação de criatividade.

“[…] os sonhos são a história continuada do desenrolar do significado em nossa vida. […] O inventor da máquina de costura, Elias Howe, teve sua ideia crucial a partir de um sonho em que fora capturado por selvagens portando lanças com furos próximo à extremidade afiada. Quando acordou, Howe percebeu que a chave para a sua máquina seria usar uma agulha com um furo na ponta.”

É por isso que, às vezes, precisamos deixar as ideias ou problemas “dormirem” depois de tentarmos resolvê-los por horas. Às vezes precisamos parar depois de muito esforço e dar uma caminhada, tomar um banho e simplesmente desligar completamente do problema. E é geralmente aí que a solução – ou um pensamento criativo – surge.

 

Mito #4 – “Você não é criativo”

Eu sei que este pensamento já deve ter passado pela cabeça de muita gente aqui. E às vezes a gente simplesmente não está criativo. Porque a criatividade não vem dos céus, ela precisa ser abastecida, e às vezes cada tipo de atividade criativa exige um combustível diferente. E este combustível varia de acordo com o que você quer fazer e de pessoa para pessoa. Por isso, não existe uma fórmula para ativar a sua criatividade. Entretanto, existem algumas práticas que podem ajudar.

Como mencionei, as práticas variam e para você descobrir os combustíveis que enchem seu tanque, vai precisar tentar e analisar o que dá certo para você.

Eu sei que quando preciso ser criativa no mundo do marketing, por exemplo, ler livros e fazer cursos sobre negócios e conversar com outras pessoas da área me ajuda muito a pensar em maneiras criativas de abordar um tópico ou resolver problemas. Caminhar pela manhã às vezes também ajuda e me dá energia para criar.

Já quando quero pintar ou criar minhas peças de cerâmica e não me sinto muito inspirada, tudo que preciso fazer é assistir alguns vídeos no Instagram ou ver alguns trabalhos interessantes no Pinterest, além de explorar novas técnicas e materiais.

Quando quero inspiração para fotografar, preciso me mover, ir para a rua e ver coisas acontecendo, olhar os detalhes, ficar 100% atenta e pensar sobre o que estou vendo e o que quero representar. Mas, às vezes, basta olhar para o trabalho de outros artistas e até mesmo pensar nos meus sentimentos e em formas nas quais posso expressá-los através da fotografia no ambiente em que estou.

Cada situação exige um combustível diferente, e cada combustível estimula uma área específica em mim. Portanto, para ser mais criativo, você precisa entender em que área da sua vida quer estimular sua criatividade e quais os combustíveis enchem o seu tanque naquela área.

Leia também: Livros para aumentar sua criatividade

 

6 práticas para ser mais criativo

Apesar de os estímulos para a criatividade variarem de pessoa para pessoa, existem algumas práticas que são meio que universais e podem te ajudar a encher seu tanque. Listei aqui algumas práticas comuns que me ajudam e ajudam outras pessoas ao meu redor – e que portanto podem ser úteis para você de uma forma ou outra.

 

1. Largue o celular e fique entediado

A primeira delas é largar o celular ou computador por algum tempo (no mínimo 30 minutos) e se permitir ficar entediado, sem fazer nada. Já percebeu que as nossas melhores ideias aparecem durante o banho? Não é por acaso. No banho não estamos fazendo nada que capture nossa atenção, porque é automático. Então você está “entediado” e começa a pensar em várias coisas aleatórias, e aí surgem as ideias.

 

2. Dê uma caminhada

Caminhar também pode ser entediante, então, se você fizer isto sem nenhum outro estimulo – falar ao telefone, ouvir podcasts, etc – você vai ter ideias ou pelo menos reparar em coisas novas e pequenos detalhes. Criatividade pode ser ver a mesma coisa sempre mas ainda assim encontrar algo diferente no “normal”.

 

3. Vá até um lugar novo

Visitar lugares diferentes, dentro ou fora da sua cidade, pode ser estimulante. Ver coisas novas sempre traz um efeito positivo e estimula seu cérebro a pensar e fazer associações. Esse tanto de estímulo e coisas novas costuma trazer uma onda de energia criativa e você vai se sentir mais energético e disposto a criar coisas novas ou simplesmente experimentar algo diferente.

 

4. Leia um livro

Ler ajuda muito a ser mais criativo, não só porque você precisa imaginar, mas porque você começa a fazer associações – a pensar (!!!). O livro não precisa, necessariamente, ser sobre o tópico que você quer abordar numa peça de arte ou sobre o problema que você está tentando resolver na sua empresa. O simples fato de ler e aprender novas formas de olhar para um tópico qualquer pode te ajudar a desenvolver uma ideia. Este texto, por exemplo, surgiu depois de eu começar a ler um livro sobre física quântica.

 

5. Procure por novos ângulos

Buscar formas diferentes de ver algo comum é uma ótima forma de desenvolver sua criatividade. Questione por que você come a mesma coisa todos os dias no café da manhã e o que poderia fazer diferente. Observe os prédios do seu bairro com mais atenção. Pergunte-se sobre o que aquele senhor sentado na praça deve estar pensando, ou para onde está indo. Pergunte-se por que alguém fotografa com uma certa lente e qual o efeito aquela pessoa quer dar à foto usando aquela configuração. Pare de procurar por respostas prontas e procure suas próprias respostas, construa o seu ponto de vista.

Criatividade é curiosidade, é questionar e é aprender a pensar. É parar de procurar por respostas prontas e encontrar as respostas por si só, mesmo que pareça ser mais trabalhoso.

 

6. Escreva

Às vezes nossas ideias parecem muito soltas e abstratas e escrever – ou desenhar/rabiscar – ajuda. Quando busco por soluções práticas para um problema, por exemplo, a minha mente pode até começar se encher de ideias, mas se não escrevo, a maioria vai embora e se torna impossível colocá-las em prática. Além disso, escrever traz clareza, porque você precisa descrever o que está acontecendo e as ideias que você tem de forma mais específica. Ao visualizar a ideia ou o problema num papel fica mais fácil de focar naquilo e listar outras ideias que possam surgir daquelas que você teve inicialmente.

 

7. Relaxe

Você já passou por aquele momento em que parece que quanto mais você pensa, mais travado fica? Então… A solução pode ser deixar de pensar em resolver um problema ou em pensar em uma solução criativa. E o melhor a fazer é relaxar. Você pode optar por agendar uma massagem aqui, fazer uma meditação guiada em casa, ir para a academia, ou simplesmente tirar um cochilo. Dê espaço para que a energia criativa flua. Energia não é feita para ficar parada, e quanto mais você se destrava e relaxa, mais fácil é pra sua energia criativa entrar.


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Laís Schulz

Laís Schulz

Nômade digital, fotógrafa e produtora de conteúdo. Escrevo sobre temas complexos de forma simples. Tenho um blog pessoal onde compartilho dicas sobre marketing digital, redes sociais, fotografia e desenvolvimento pessoal. Meu maior objetivo é ajudar pessoas a melhorar suas vidas de alguma forma – seja no âmbito profissional ou pessoal. Já trabalhei produzindo conteúdo e divulgando produtos de marcas como Facebook, Nubank, Sandmarc, Cia Marítima, Sofia by Vix, NA.LOO, Kapten & Son, Paul Rich e STRONGER. ✉️ [email protected]