Há alguns dias pedi para vocês enviarem perguntas sobre nomadismo digital lá no meu Instagram. Algumas das dúvidas foram respondidas nos Stories, mas também reuni as principais neste artigo.
Espero que ele te ajude a entender um pouco melhor sobre o nomadismo digital e os primeiros passos para se tornar um também.
E se você quer entender um pouco mais sobre nomadismo digital e conhecer outras pessoas que também viajam enquanto trabalham, recomendo que leiam o e-book da Rock Content. Ele traz as dicas e opiniões de 10 nômades digitais que trabalham de forma remota dos mais diversos cantos desse mundo. É só clicar na imagem abaixo para fazer o download.
1) O que é nomadismo digital?
Nomadismo digital é, basicamente, a possibilidade de trabalhar viajando. Nomadismo digital não é uma profissão, é uma condição de trabalho. Se você é freelancer ou trabalha para uma empresa em que pode realizar seu trabalho de forma remota, é bem possível que você possa viver como nômade também.
A diferença da condição nômade digital para nômade é que o nômade digital consegue realizar seu trabalho online. Portanto, viaja enquanto continua trabalhando.
2) Preciso juntar dinheiro antes de começar? Como me sentir estável?
É difícil sentir-se completamente estável nesta condição, já que é bem provável que você precise viver de freelas. Isso significa que num mês você pode ter muitos clientes, mas no outro, nem tantos. Entretanto, com muito planejamento e economia, é possível, sim, viver de forma estável.
Por isso, recomendo economizar, reduzir gastos e se planejar bastante antes de partir para a vida de nômade digital. Recomendo, inclusive, que antes de sair do seu emprego fixo já tenha alguns contatos ou clientes para que possa reduzir a insegurança do início.
Recomendo, também, começar como freelancer em home office, ou seja, trabalhando de casa. E depois, quando suas finanças já estiverem mais estabilizadas, pensar em começar a viajar.
Já escrevi sobre como se planejar para realizar a transição do trabalho fixo para o remoto neste post no befreela.
3) Viver viajando é muito mais caro que viver no Brasil?
Não! Na verdade, tirando a conversão das moedas – que às vezes pode ser um péssimo fator – viver no Brasil é muito mais caro do que em outros lugares pelos quais já passamos.
Em países da Europa, por exemplo, o custo de vida comparado ao salário mínimo é muito baixo. Mas, para aqueles que recebem somente em real, há opções em que o câmbio é vantajoso e o custo de vida é baixíssimo.
Na Tailândia, por exemplo, você consegue alugar um bom apartamento em Chiang Mai por cerca de R$ 800,00 por mês através do Airbnb. O custo de vida é muito baixo. A comida é barata, os voos dentro da Tailândia são baratíssimos e você pode viver com muito menos dinheiro.
Se quiser saber mais sobre como morar na Tailândia, não deixe de entrar em contato com o Max da thaifreu.de. Ele tem anos de experiência ajudando outros freelancers a viverem — mesmo que parcialmente — na terra dos sorrisos. 🙂
4) Qual o tamanho do perrengue? Dá para ter vida ou é trabalho 24h por dia?
Isso vai depender muito da carga de trabalho que você decide ter. Você pode querer trabalhar mais, aceitar mais clientes e por conta disso você precisará trabalhar mais.
Além disso, como freelancer, você precisa dedicar-se muito mais, pois é você quem vai vender seu peixe. Se você não estiver trabalhando ou divulgando seu negócio, não ganha dinheiro, simples assim.
Por isso, não temos férias. Não podemos deixar tudo por dois dias, uma semana, um mês ou qualquer que seja o tempo. Nós somos nossa principal ferramenta de trabalho, então o trabalho muitas vezes é dobrado.
Mas, é claro que com organização é possível, sim, trabalhar e viver. Na verdade, quando estamos viajando sempre conseguimos otimizar muito nosso tempo, porque nos motivamos a fazer tudo logo para sair e conhecer os lugares onde estamos.
Se souber otimizar seu tempo, você pode trabalhar até menos horas durante um dia e continuar ganhando dinheiro.
5) Você fez algum curso de produção de conteúdo?
Já fiz cursos da Rock Content que são gratuitos e ótimos. Além disso, fiz também o curso do Matheus que ensina ótimas estratégias de marketing pessoal e produção de conteúdo.
Fora isso, leio bastante sobre assuntos relacionados, tanto em blogs como livros. Inclusive, recomendo muito os seguintes livros:
Trabalhe 4 Horas Por Semana, para te ajudar a desenvolver sua ideia de negócio como freelancer ou nômade digital.
Hit Makers que mostra como usar estratégias incríveis para aproximar-se de seu público e criar conteúdos que “vendam” – os hits. Por último, mas não menos importante, recomendo.
A propósito, há um tempo atrás escrevi um artigo no befreela compartilhando uma lista com 9 livros que você deveria ler se é ou quer ser nômade digital.
Mas, se você quer mesmo ser um nômade digital e não sabe por onde começar, a melhor recomedação é o livro “Nômade Digital” do Matheus de Souza. É o melhor livro para quem quer ser nômade digital.
6) Existe algum curso que eu possa fazer para começar a ser nômade digital?
Sim, existem cursos que podem te preparar para ser nômade digital. Para começar, você deve entender o que vai te possibilitar ser nômade – que é ter flexibilidade geográfica e de horários no seu trabalho. Geralmente, isto implica trabalhar como freelancer, ou encontrar um trabalho remoto que seja flexível.
Portanto, recomendo que você faça um curso que te ensine sobre a vida freelancer, como conseguir clientes e como lidar com as incertezas desse universo, como o Passaporte Freela. Ou, até mesmo um curso que te ensine sobre marketing pessoal e produção de conteúdo, para que você faça seu marketing online para atrair os clientes certos até você.
Recentemente, escrevi um artigo no befreela com uma lista dos melhores cursos sobre nomadismo digital, e esta lista pode ser um ótimo lugar para começar.
7) Como ser uma nômade se você é mulher e vai viajar sozinha?
Acredito que temos muito dessa preocupação com insegurança por vivermos no Brasil. Lá fora não é assim. A segurança é muito maior do que no Brasil, até mesmo em países mais pobres como a Tailândia.
É claro que é interessante pesquisar um pouco sobre os lugares que pretende ir, mas penso que maioria seja muito tranquilo.
O mais difícil é quebrarmos essa barreira que existe dentro de nós quando pensamos em viajar sozinha. Uma nômade digital viaja sozinha com seus dois cachorros pelo mundo é a @debbiecorrano. Vejo também a @saramelotti_ que é fotógrafa e viaja sozinha por lugares incríveis.
8) Tenho uma certa liberdade geográfica, trabalho em casa. Qual a principal dica para começar no nomadismo digital de verdade?
A principal dica é: faça as contas, veja que tipo de viagem pode bancar sem que isso comprometa suas finanças e compre as passagens logo.
Se tem um pouco de insegurança, recomendo que comece com viagens mais curtas – mas não muito curtas a ponto de que você não tenha tempo de conhecer o local e trabalhar também.
Faça viagens menores e veja como vai funcionar. Aos poucos você vai criando coragem e vontade de viajar para mais longe ou durante mais tempo.
Quer garantir até R$350,00 de desconto na sua primeira reserva através do Airbnb, é só usar este link para se cadastrar.
9) Como encontrar o equilíbrio ideal entre procrastinar e só querer turistar / viajar, e se tornar um workaholic?
É difícil encontrar um equilíbrio, mas quando estamos viajando sinto que encontrar este equilíbrio fica mais fácil.
Acho que a procrastinação acontece porque você não tem mais nada de interessante para fazer depois e aí acaba enrolando. Quando a gente está motivado a sair para conhecer uma cidade nova, o trabalho rende. Sempre faço tudo o mais rápido possível – sem comprometer a qualidade, claro.
Acho muito importante saber como gerir seu tempo, entender as tarefas e entregas que tem para fazer e ser realista com a quantidade de tempo que precisa gastar para cada uma delas.
Há dias em que é fácil terminar tudo e sair para passear, em outros você precisa se dedicar ao trabalho 100% e mal vê a luz do dia. Porém, comigo é muito mais fácil encontrar um equilíbrio viajando do que estando em casa.
10) Formada em psicologia, como ser nômade digital?
É importante que a gente abra nossa mente a todas as possibilidades. Quase qualquer profissão pode migrar para o mundo online. Hoje vejo muitos psicólogos que realizam atendimentos virtuais, por que você não pode ser um deles?
Muitas vezes nós esquecemos das possibilidades que a internet nos proporciona e pensamos em formas convencionais de trabalho. O nomadismo digital é o oposto do convencional. Portanto, neste momento, mais do que nunca, você deve pensar “fora da caixa”.
Inclusive, o Pedro Custódio, que é advogado e nômade digital, já escreveu um artigo questionando a necessidade de ter um escritório físico e também sobre como encontrar liberdade na sua profissão – mesmo que ela seja “tradicional”.
11) O que você faz e como ganha dinheiro?
Eu sou fotógrafa, redatora e estrategista de marketing para Pinterest. É com isso que ganho dinheiro hoje. Como exatamente? Aqui está:
- Venda das minhas fotos;
- Gerenciamento de contas de Pinterest;
- Curso online Pinterest para Blogs;
- Curso online sobre Branding, Storytelling e Marketing de Conteúdo – Marcas que contam histórias;
- Treinamentos in-company sobre Pinterest Marketing;
- Sessões de coaching sobre Pinterest Marketing;
- Textos para blogs como freelancer;
Só lembrando que para atuar de maneira formalizada como freelancer, é recomendável que você abra um CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas) que, nada mais é do que o número originado pela Receita Federal no momento de abertura de uma empresa a fim de identificá-la. Assim como as pessoas físicas são identificadas por meio de um CPF, o CNPJ é utilizado para fazer o mesmo quando se trata de empresas. Então, pode-se dizer que você passará a responder também como uma empresa individual, ou seja, sua atuação como profissional autônomo(a) estará regularizada – mesmo que cadastre-se como MEI (microempreendedor individual).
E por que isso é tão importante? Uma das principais vantagens é poder emitir notas fiscais para os seus clientes, o que transmite a eles ainda mais credibilidade e profissionalismo em relação ao serviço prestado. Se você quer conseguir trabalhos como freelancer ou até mesmo fazer parcerias como influenciador para marcas, o ideal é que tenha um CNPJ, porque a maioria das empresas solicita emissão de nota fiscal.
12) Quando você decidiu que ia ser nômade digital? Como foi o planejamento?
Decidi que seguiria este caminho depois de trabalhar em 3 empresas tradicionais e perceber que não conseguiria mais seguir o modelo convencional de trabalho. Não suportava ter que ficar esperando eles decidirem quando eu teria férias, e detestava ter a obrigação de acordar todos os dias no mesmo horário e “bater ponto” no mesmo lugar.
Isso foi lá em 2015. De lá para cá nos planejamos financeiramente, criamos nossos trabalhos, buscamos alternativas e finalmente em meados de 2017 conseguimos largar nossos empregos fixos.
13) A formação em Relações Internacionais tem alguma influência na escolha pelo nomadismo digital e neste estilo de vida?
Nenhuma. Na verdade eu só cursei RI porque queria viajar o mundo, mas hoje não trabalho com nada relacionado. Para ser sincera, cursar RI e trabalhar na área só me fez perceber que eu realmente não tinha nascido para fazer aquilo.
14) Como conseguir ganhar dinheiro com o próprio trabalho digital?
A questão, na verdade, é: como entregar algo de valor para que alguém compre alguma coisa sua? Antes de pensar em ganhar dinheiro, pense no que você pode entregar que seja de valor.
Vejo muita gente pensando primeiramente em ganhar dinheiro. Você deve criar valor, pensar em formas de chegar até sua audiência e ser reconhecido como uma autoridade em determinado assunto.
E aí, a partir do momento que você conseguir ser reconhecido pelo seu trabalho e pelo conteúdo de qualidade, as oportunidades começarão a surgir e você começará a encontrar inúmeras possibilidades para ganhar dinheiro.
A principal dica é: foque no que você sabe e mostre aos outros que você sabe. Quando as pessoas começam a perceber que você entende de algo, elas começarão a te procurar e então você conseguirá vender algo.
15) Como conseguir parcerias tendo pouquíssimos seguidores (menos de mil)?
Sinceramente, não vejo como isto pode acontecer. Há muita gente que confunde ser produtor de conteúdo e ser influencer. As marcas não estão interessadas em pagar alguém para divulgar seus produtos para menos de 1000 pessoas – eu comecei a receber propostas apenas quando tinha 20 mil.
O que você pode fazer, neste caso, é usar o conselho da resposta acima – construir um perfil focado em determinado assunto, compartilhar dicas e informações interessantes para construir uma autoridade e esperar seu número de seguidores crescer.
Enquanto isso, você pode oferecer seus serviços para empresas. Se você cria conteúdo escrito, por exemplo, ofereça seus serviços para escrever artigos para o blog da empresa. Ofereça seu trabalho.
16) Como ser nômade digital com praticamente nada de dinheiro (2 mil)?
Eu creio que se você tem apenas 2 mil reais para começar, não deve sair de seu emprego. Estabeleça uma boa reserva financeira – mesmo que demore.
Começar a trabalhar de forma independente com pouco dinheiro é imprudente e provavelmente vai te fazer passar por perrengues.
Economize dinheiro suficiente para manter-se (pagar todas as suas despesas) por pelo menos 6 meses e reduza seus gastos.
Enquanto isso, vá trabalhando em seu marketing e também em formas de conseguir clientes.
Trabalhe nisso nos finais de semana ou durante a noite e quando tiver uma rede de clientes e contatos suficiente para te manter por pelo menos alguns meses, demita-se. Mas planeje-se muito antes.
17) Como começar no nomadismo digital? Por onde? Como fazer tudo de forma autônoma sem trabalhar para empresas?
A melhor dica para começar é ler o livro do Matheus de Souza, “Nômade Digital: um guia para você viver e trabalhar como e onde quiser“
Além disso, eu escrevi um artigo sobre como planejar a transição do emprego fixo para o trabalho remoto, que você pode ler clicando aqui. E o Matheus escreveu um artigo ótimo sobre como começar no nomadismo digital. Acho que ele responde estas perguntas de forma bem clara.
18) Há alguma ansiedade gerada pela imprevisibilidade se haverá ou não trabalho (e portanto renda) amanhã?
Sim. Por isso insisto muito no planejamento – principalmente financeiro. É importante que você tenha uma reserva antes de se demitir e também que reserve parte do seu dinheiro para investir ou para emergências.
Nosso trabalho depende única e exclusivamente de nós, o que significa que se ficarmos doentes ele para.
Portanto, é importante, também, diversificar suas fontes de renda. É muito arriscado depender somente de prestação de serviços. Desta maneira, encontrar formas de renda passiva também é importantíssimo.
19) Você usa o LinkedIn para conseguir clientes?
Não, uso o LinkedIn apenas como forma de divulgar meu conteúdo escrito. Mas, o Matheus usa e todos os seus clientes vem de lá. Inclusive, ele tem um curso sobre marketing digital e produção de conteúdo específico para o LinkedIn. Não é porque ele é meu marido, o curso é bom mesmo!
20) Como você encontra hospedagem nos países para os quais viaja?
Eu sempre reservo minhas hospedagens no Airbnb! É ótimo, confiável e geralmente você consegue descontos enormes se fica por algumas semanas ou um mês. Eu já tive descontos de até 70% ao ficar um mês em um apartamento em Roma. Vale muito a pena!
O melhor de tudo é que você pode escolher entre se hospedar em um espaço só seu – ou seja, a casa ou apartamento todo – ou alugar um quarto em uma casa (o que eu também já fiz e acabou me dando uma grande amiga para a vida).
Hoje o Airbnb inclusive oferece opções de filtro para pessoas que viajam a trabalho, assim você consegue encontrar espaços que tem lugar próprio para trabalhar de casa, assim como uma boa internet.
A melhor forma de encontrar bons apartamentos e casas é pesquisar a região que você quer, adicionar os filtros, e ler as reviews que os outros hóspedes deixaram. Assim fica fácil de decidir.
Ah, e se você quiser ganhar até R$350,00 de desconto na sua primeira reserva através do Airbnb, é só usar este link ou clicar no botão abaixo para se cadastrar.
Acho que era isso! Se tiver mais alguma dúvida escreve aqui nos comentários! 😉
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Perguntas Frequentes
O que é o nomadismo digital?
O nomadismo digital é um estilo de vida em que as pessoas utilizam a tecnologia e a flexibilidade do trabalho remoto para viver e trabalhar de forma nômade, geralmente viajando e explorando diferentes lugares. Os nômades digitais podem realizar suas tarefas profissionais de qualquer lugar, desde que tenham acesso à internet, permitindo uma maior liberdade e independência geográfica.
Como começar no nomadismo digital?
Para começar no nomadismo digital, é necessário avaliar suas habilidades profissionais e identificar um trabalho que possa ser realizado remotamente. Prepare-se financeiramente, construa uma rede de contatos e pesquise sobre os destinos que deseja explorar. Organize sua rotina e esteja preparado para enfrentar desafios, como a gestão do tempo e a adaptação a diferentes culturas. É importante também estar atualizado com as tecnologias e ferramentas que facilitam o trabalho remoto.
Onde encontrar nômades?
Você pode encontrar nômades digitais em diversos lugares, principalmente em hubs digitais, coworkings ou espaços de trabalho compartilhados em cidades ao redor do mundo. Além disso, existem comunidades online e grupos nas redes sociais onde os nômades compartilham experiências, dicas e informações relevantes sobre o estilo de vida nômade. Participar de eventos, conferências ou encontros voltados para nômades digitais também pode ser uma ótima maneira de conhecer pessoas que seguem esse estilo de vida.